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Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas celebra 20 anos de resistência nas universidades

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Data Publicação

15/09/2024

16:58h

Brasil de Fato | Brasilia (DF) |

15 de setembro de 2024 as 16:58

Encontro e organizado pela Associacao dos Academicos Indigenas da Universidade de Brasilia (AAIUnB) - Reproducao/Instagram

Brasilia se prepara para receber mais de mil estudantes indigenas de 26 estados brasileiros durante o XI Encontro Nacional de Estudantes Indigenas (ENEI) . O encontro, sediado na Universidade de Brasilia (UnB), comeca nesta segunda-feira (16) e vai ate o dia 19 de setembro, com o tema “20 anos demarcando as universidades, luta e resistencia, efetuando a permanencia”.

O ENEI comemora duas decadas de presenca indigena no ensino superior e marca um importante momento de reflexao sobre as conquistas e desafios enfrentados por essa populacao nas instituicoes academicas.

“Receber o XI ENEI em Brasilia e muito simbolico, pois a nossa associacao nasceu na UnB, pioneira nas politicas de acoes afirmativas no Brasil, uma importante referencia para povos indigenas que querem ingressar no ensino superior”, destaca Manuele Tuyuka, presidente da Associacao dos Academicos Indigenas da Universidade de Brasilia (AAIUnB), que organiza o evento.

A mesa de abertura do encontro acontece nesta segunda (16), a partir das 9h, no Centro Comunitario da UnB, e tera a presenca de autoridades como a ministra dos Povos Indigenas Sonia Guajajara, a presidenta da Fundacao Nacional dos Povos Indigenas (Funai) Joenia Wapichana, a deputada federal Celia Xakriaba (Psol-MG), o coordenador executivo da Articulacao dos Povos Indigenas do Brasil (APIB) Kleber Karipuna e ministro da Educacao Camilo Santana.

O XI ENEI tem como eixo principal os mais de 10 anos da Lei de Cotas e a permanencia dos estudantes indigenas nas universidades. Apesar dos avancos, a presenca plena dos indigenas ainda encontra barreiras, como a falta de acolhimento adequado e o respeito aos saberes indigenas e ciencias indigenas.

“Precisamos avaliar se as demandas levantadas em edicoes anteriores foram atendidas. Se nao, e hora de tracar novas estrategias, especialmente considerando o aumento de indigenas em espacos de poder e decisao, muitos deles fruto dessas politicas de acoes afirmativas”, explica Manuele Tuyuka.

O encontro tambem destacara conquistas, como a transformacao das reivindicacoes dos estudantes indigenas em politicas publicas, e o retorno de egressos aos seus territorios, alem de discutir o apoio a insercao profissional como forma de garantir uma presenca indigena efetiva de qualidade e transformadora no ambiente universitario.

Programacao diversa e debate sobre descolonizacao academica

O XI ENEI tera extensa programacao de mesas de debates e atividades culturais. Entre os temas abordados nas discussoes estao a importancia das acoes afirmativas no ensino superior, a saude indigena nos territorios e a contribuicao das pesquisas indigenas para a gestao ambiental.

Um dos momentos marcantes sera uma marcha com o tema "Pisando firme na qualidade da permanencia", que seguira ate a Esplanada dos Ministerios, reafirmando a luta pela descolonizacao dos espacos academicos. Tambem havera uma audiencia publica no Congresso Nacional para discutir o impacto da presenca indigena na academia ao longo das ultimas duas decadas.

O XI ENEI tambem promovera apresentacoes de trabalhos cientificos, premiando melhor artigo que levara nome do medico indigena “Ornaldo Sena” e oficinas tematicas, abordando temas como saude mental, racismo nas universidades, direitos das mulheres indigenas e da comunidade LGBTQIAPN+, alem de conexoes entre as midias digitais e o movimento estudantil indigena.

As noites culturais trarao apresentacoes de grupos indigenas com dancas e bandas musicais, enquanto os Jogos Universitarios Indigenas terao competicoes de futsal, volei, corrida e arco e flecha, celebrando a diversidade e a forca das tradicoes indigenas.

Confira mais detalhes da programacao aqui .