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Pesquisa do DF usa látex e luz de LED em tratamento de doenças vasculares

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Data Publicação

23/01/2025

19:50h

Uma pesquisa do Distrito Federal as propriedades naturais de regenerar tecidos da seringueira e a luz de LED em ambientes controlados foram combinados. O resultado e um ganho inovador para a ciencia aplicada a saude.

O estudo une engenharias e biologia e e liderado pela professora-doutora Suelia Rosa, da Universidade de Brasilia (UnB) com fomento da Fundacao de Apoio a Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). A pesquisa intitulada Organ-on-a-Chip, em traducao livre Orgao em Chip, e utilizada no aperfeicoamento de medicamentos contra doencas vasculares.

O aparelho batizado de Chip-ENY e o protagonista dessa descoberta. Ele foi desenvolvido para simular o comportamento celular e as respostas aos estimulos, permitindo o estudo detalhado de processos biologicos, como a angiogenese e a regeneracao tecidual.

Em contato com o latex e a luz de LED, a tecnologia permite a observacao de quantidades minusculas de liquido circulando por canais extremamente finos, mais estreitos que um fio de cabelo, com o fluxo controlado por valvulas. Com essa ferramenta, os pesquisadores podem avaliar como as proteinas do latex estimulam a formacao de novos vasos sanguineos, abrindo caminho para avancos no tratamento de feridas cronicas e regeneracao de tecidos.

A longo prazo, essa inovacao pode aumentar a seguranca no desenvolvimento de novos medicamentos, contribuir para a prevencao de doencas e reduzir a necessidade de testes em animais.

“O equipamento combina curativos de latex e emissao de luz LED para acelerar a cicatrizacao de feridas em pacientes com diabetes, um problema grave que afeta muitas pessoas”

Suelia Rosa, professora

Suelia explica que outro equipamento desenvolvido anteriormente pelo nucleo de pesquisas que coordena na UnB e o Rapha,que esta em fase de registro na Anvisa, para que possa ser usado no sistema de saude. “O equipamento combina curativos de latex e emissao de luz LED para acelerar a cicatrizacao de feridas em pacientes com diabetes, um problema grave que afeta muitas pessoas”, afirma.

“Os proximos passos envolvem a analise dos resultados e a possibilidade de transferencia tecnologica, abrindo caminho para uma producao em escala. O que me inspira nessa trajetoria e ver que a pesquisa translacional pode, de fato, sair dos laboratorios e se transformar em solucoes concretas para a saude publica. Espero que essa jornada possa incentivar outros cientistas a acreditarem no impacto que a ciencia pode ter na vida das pessoas”, destacou a coordenadora da pesquisa.

Destaque cientifico

Em 2024, a pesquisa recebeu mocao de louvor pela Camara Legislativa do Distrito Federal

e conquistou o primeiro lugar no IX Congresso Brasileiro de Prevencao e Tratamento de Feridas, na modalidade apresentacao oral e categoria Pos-Graduacao. Antes, em 2022, ganhou mencao honrosa do Premio Mercosul de Ciencia e Tecnologia.

Alem de ganhar destaque no Premio Confap (Conselho Nacional das Fundacoes Estaduais de Amparo a Pesquisa) com o segundo lugar de pesquisador inovador em 2022 na categoria Inovacao para o Setor Empresarial. No premio FAPDF de Ciencia, Tecnologia e Inovacao conquistou em dois anos consecutivos, 2022 e 2023, o primeiro lugar nas categorias Pesquisador Inovador no Setor Produtivo.

Para o Presidente da FAPDF, Marco Antonio Costa Junior, o desempenho ilustra a posicao de protagonismo do Distrito Federal nas ciencias voltadas para a saude. “A tecnologia e reconhecida por sua alta performance, reconhecida pelos especialistas em escala nacional e tambem fora do pais, ja que e uma pesquisa que interage com outros Centros de Pesquisa ao redor do mundo. E nessa direcao que enxergamos a potencia desse estudo e acreditamos que ele pode cada vez mais impactar a inovacao na saude”, destacou o presidente da Fundacao.

Referencia feminina

A professora Suelia Rosa, que esta a frente do nucleo de pesquisas que conduz o estudo, acredita que ser uma pesquisadora na engenharia biomedica vai muito alem de desenvolver tecnologias e levar solucoes disruptivas e inovadoras para a saude, e tambem sobre abrir caminhos, inspirar e mostrar que e possivel transformar ideias em solucoes reais, impactando vidas e incentivando outras mulheres a fazerem o mesmo.

A trajetoria dela passa por gigantes da tecnologia como a Siemens e tambem pela rede Sarah de unidades hospitalares especializada no atendimento de vitimas de politraumatismos e problemas locomotores.

“Sei que a ciencia e a tecnologia podem parecer, as vezes, distantes e ate intimidadoras. O que mais me motiva e ver estudantes descobrindo seu potencial, se apaixonando pela engenharia biomedica e percebendo que cada circuito, cada prototipo e cada experimento tem um impacto muito maior do que imaginamos”, reforca a professora.

“Se meu trabalho puder inspirar uma nova geracao de pesquisadores no DF e no Brasil a acreditarem no seu talento, ocuparem esses espacos e a construirem um futuro mais inovador e inclusivo na ciencia e na saude, entao sentirei que minha missao esta sendo cumprida. A tecnologia sozinha nao muda o mundo – sao as pessoas, com sua paixao e dedicacao, que fazem isso acontecer”, finaliza.

*Com informacoes da FAPDF