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Projeto da UnB fortalece a saude mental de estudantes e profissionais de educacao e saude
No Setembro Amarelo, UnB Ceilandia lanca iniciativa que leva a comunidade acoes preventivas e de promocao do bem-estar por meio de parcerias
Redacao Jornal de Brasilia
16/09/2024 19h01
Participacao e protagonismo juvenil por meio de atividades culturais sao um dos quatro eixos do projeto Tecendo o Amanha, da FCE em parceria com o CEM 12 e a UBS 1. Foto: Mariana Leal/Secom UnB
Que a universidade desenvolve pesquisas e projetos pensando na evolucao e no bem-estar da sociedade, voce ja sabia. Agora, uma nova acao da Faculdade UnB Ceilandia (FCE) deixa ainda mais evidente como a instituicao, de fato, pode compor o dia a dia das pessoas e se integrar a comunidade externa.
Na ultima quinta-feira (12), por meio de uma parceria da Universidade de Brasilia com o Centro de Ensino Medio 12 (CEM 12) e a Unidade Basica de Saude (UBS 1), foi dado o pontape inicial em uma iniciativa que pretende levar acoes de prevencao e promocao da saude mental para escolas e UBSs do Distrito Federal.
Pelo projeto Tecendo o Amanha, estudantes, servidores tecnico-administrativos e docentes do curso de Terapia Ocupacional da UnB vao atuar primeiramente com alunos do CEM 12 e da comunidade que apresentem e/ou lidem diretamente com transtornos de neurodesenvolvimento, como o do Espectro Autista (TEA) ou o do Deficit de Atencao e Hiperatividade (TDAH).
“Vamos promover saude mental atraves do protagonismo juvenil, da participacao juvenil por meio de acoes que envolvam arte e cultura. A ideia e identificar nao so o potencial que a escola tem para aprimorar e botar no seu dia a dia, mas tambem quem podemos identificar como parceiro da escola para estar desenvolvendo acoes”, pontua a professora da FCE Flavia Mazitelli.
“Dentro desses grupos vamos identificar os estudantes que tem o perfil de ser um educador entre pares, para que [a acao] seja perene e eles consigam ficar na escola com a nossa supervisao, fomentando discussoes, rodas de conversa, encontros de arte e cultura”, complementa a educadora.
O estudante do terceiro ano do Ensino Medio do CEM 12 Thiago Pereira ja estudou com colegas diagnosticados com TEA e tambem convive com um primo que apresenta paralisia cerebral. Ele acredita que iniciativas como a do Tecendo o Amanha podem ajudar o aprendizado e a integracao dessas pessoas.
Thiago Pereira e Sofia Araujo, ambos do terceiro ano do Ensino Medio, acreditam que a iniciativa sera positiva na escola e na comunidade. Foto: Mariana Leal/Secom UnB
“Ajuda e incentiva tambem. Acho que e muito importante, porque tem pessoas que nem sempre vao ter certas oportunidades e habilidades iguais as de outras”, opina.
Tambem estudante do terceiro ano do Ensino Medio do CEM 12, Sofia Sousa Araujo conta que ela mesma tem dificuldades para acompanhar as aulas e se utiliza dos recursos que a escola oferece atualmente para conseguir ter exito.
“Eu sempre tive dificuldade, mas com minha mae me ajudando, fazendo cursinho, melhorou um pouco. Mas eu acho muito bom que vai ajudar quem tem dificuldade, e vai me ajudar tambem”, espera.
Alem de estudantes, serao foco do projeto os professores e os profissionais de saude, que segundo a docente da UnB Ceilandia Daniela Rodrigues, precisam de um olhar de autocuidado. “E importante tambem olhar para nos, o quanto muitas vezes ficamos sobrecarregados com algumas questoes de trabalho e o quanto precisamos olhar para o nosso autocuidado”, ressalta.
“Vamos promover isso junto com voces fazendo oficinas, estando tanto aqui na escola quanto nas unidades basicas que temos como piloto. Mas a ideia e expandir. Vamos iniciar dessa maneira e ai vamos vendo quais serao as principais demandas que vao surgindo no decorrer do projeto”, expos Daniela, durante o lancamento do projeto.
Professoras do curso de Terapia Ocupacional da UnB Ceilandia, Flavia Mazitelli, Josenaide Engracia, Daniela Rodrigues e Sarah Lins. Foto: Mariana Leal/Secom UnB
Josenaide Engracia, tambem professora da FCE e coordenadora do Tecendo o Amanha, explica que o grupo vai discutir o tema neurodiversidade com as equipes de Atencao Primaria a Saude do Distrito Federal – conjunto de servicos e acoes do SUS que previne doencas mais frequentes, promove a saude da comunidade e trata do acompanhamento e recuperacao de casos menos graves.
O objetivo e melhor atender a comunidade da Ceilandia junto com a Secretaria de Saude e de Educacao, sobretudo em casos de criancas com TEA, por exemplo. “Este projeto foi construido pela comunidade de Ceilandia. Esse pedido de ter acolhido o seu sonho, de ter seu projeto de felicidade tem que ser construido coletivamente”, ressalta.
“Estar aqui, poder materializar isso: conceitos que ensinamos em sala de aula, a necessidade de promocao a saude, de desenvolver competencias para que as pessoas facam escolhas mais legais, seu projeto de felicidade; essa e a proposta”, resume Josenaide.
A professora Sarah Lins, da FCE, ficara responsavel pelo eixo do projeto que lidara diretamente com a UBS 1 e os atendimentos ali prestados. “A ideia inicial e fazer uma ampliacao na estrutura do espaco da UBS. Vamos construir esses espacos para viabilizar os atendimentos que serao realizados por equipe multiprofissional, com neuropediatra, neuropsicologo, assistente social, terapeuta ocupacional, que vao atender a comunidade”, explica a docente.
A principio, todas essas atuacoes das professoras, dos tecnicos e dos estudantes do curso de Terapia Ocupacional da UnB Ceilandia serao realizadas uma vez por semana.
ALEM DOS MUROS
O diretor da Faculdade UnB Ceilandia, Joao Paulo Chieregato, lembra que nos 16 anos do campus sempre houve uma grande preocupacao com a comunidade e que a FCE lancou muitas acoes e cursos de extensao para atender a essas demandas.
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