Simpling

Exposição na UnB destaca o olhar da arte e da ciência para o Cerrado

Sentimento

Nenhum

Valoração

R$ 35.428,57

Data Publicação

25/11/2024

06:11h

A Galeria Cristina Juca, localizada na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasilia (UnB), tornou-se palco de um encontro entre ciencia, arte e conscientizacao ambiental com a abertura da exposicao Nosso Cerrado 2024. Lancado no ultimo dia 21 pela Rede Biota Cerrado (RBC), o evento segue aberto ao publico ate 28 de novembro.

Com os objetivos de destacar a riqueza do bioma, promover a educacao ambiental e sensibilizar a sociedade sobre a importancia de sua preservacao, a exposicao integra a 21ª Semana Nacional de Ciencia e Tecnologia (SNCT) e o 10º Encontro Brasileiro de Educomunicacao, reunindo pesquisadores, artistas, professores e estudantes de todo o pais.

A coordenadora da exposicao, professora e diretora da Faculdade de Comunicacao da UnB, Dione Moura, destacou a uniao entre ciencia e comunicacao para a realizacao do evento. "A mostra Nosso Cerrado 2024 e uma forma de dizer: o Cerrado e nosso. Temos que cuidar, zelar, conservar e reduzir os danos. Aqui as pessoas podem ver plantas, animais, materiais cientificos e entender que ha um grande grupo de cientistas e educadores trabalhando para preservar esse bioma unico", afirmou ao Correio.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais noticias do dia no seu celular

A professora tambem comentou sobre as recentes queimadas no DF, um dos grandes desafios enfrentados pelo Cerrado. "A exposicao traz conscientizacao sobre o fogo natural, que faz parte do equilibrio do bioma, e o fogo provocado, que causa grandes danos. Aqui, as pessoas podem refletir sobre isso, interagir com mediadores e contribuir simbolicamente para a recuperacao do Cerrado", declarou.

Entre os destaques da exposicao esta o trabalho do jovem e ilustrador cientifico, Gustavo da Silva dos Santos, 21 anos, estudante de Ciencias Biologicas na Universidade Federal do Espirito Santo (UFES). Ele compartilhou sua emocao ao ver suas obras expostas. "Sempre gostei de desenhar, mas a ilustracao cientifica me permitiu unir arte e biologia. E gratificante sensibilizar as pessoas sobre a riqueza do Brasil, o pais com a maior biodiversidade do mundo. Espero que esse tipo de evento aconteca mais vezes", enfatizou.

" aria-label="Botao para direita" style="color: black;">

O estudante tambem comentou sobre os desafios de retratar especies que nao fazem parte de seu cotidiano. "Foi um aprendizado muito grande. Descobri detalhes incriveis, como a ausencia de fungos no buriti, algo que achei estranho no inicio porque em minha regiao, Mata Atlantica, as palmeiras geralmente tem essa associacao. Foi fascinante explorar a biodiversidade do Cerrado", revelou.

Gustavo dos Santos destaca que a parte mais especial para ele e ver a reacao das pessoas. "Eu brinco que eu gosto de ficar de longe, porque geralmente quando as pessoas veem os meus desenhos, elas chegam perto assim, olham os detalhes e vou la conversar com elas. Uma coisa que eu sempre falo e que nao importa o quao bonito uma obra e, nunca vai retratar a beleza desses animais e dessas plantas na natureza", destacou.

A professora do Departamento de Ciencias Biologicas da UFES Viviana Borges Corte, 43, ressaltou a importancia de usar a arte como ferramenta de divulgacao cientifica. "As vezes, conceitos cientificos podem parecer dificeis, mas quando traduzidos em formas artisticas, ganham um aspecto visual que cativa e encanta. Essa abordagem atrai pessoas de todas as idades e desperta o interesse pelo conhecimento", explicou.

Para Viviana, a exposicao tambem representa uma oportunidade valiosa para seus alunos. "E muito importante sair da universidade e ter contato com outras pessoas, com especialistas de outras areas. E uma possibilidade tambem profissional de mostrar o talento deles. Temos tantos alunos talentosos e falta esse tipo de chance de mostrar o potencial que eles tem de contribuir com a ciencia", acrescentou.

A estudante de designer grafico Bruna Nascimento, 23, participou dos bastidores da exposicao e fala sobre os desafios e aprendizados do processo. "Foi minha primeira exposicao e, apesar do caos, foi um grande aprendizado. Trabalhar com o Cerrado me fez descobrir especies que eu nem sabia que existiam. Foi uma oportunidade incrivel de unir design e educacao ambiental", declarou com entusiasmo.

Entre os visitantes da exposicao, a estudante de arquitetura e urbanismo da UnB, Ana Beatriz, 29, expressou sua admiracao pela iniciativa. "Desde crianca sou apaixonada pelo lobo-guara. Acho lindo ver esse tipo de trabalho valorizando o Cerrado. Espero que mais pessoas venham prestigiar, porque o bioma e incrivel e merece todo o cuidado", pontuou

A exposicao Nosso Cerrado 2024 encanta o publico com sua combinacao de ciencia, arte e conscientizacao. A professora Dione Moura faz um convite especial. "Tragam criancas, venham conhecer o que a ciencia produz em prol da conservacao do Cerrado. E uma oportunidade unica de se encantar com a beleza e a riqueza do nosso bioma", concluiu.